quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sétimo

Aqui temos uma incontornável esplanada que esbarra de carolas com o meu percurso faculdade-casa. A esplanada Sétimo prima pela transparência, sim, são dos poucos cafés que têm a ousadia de expor os preços no website, e mais, para além de preços, o menu tem um excelente DESIGN! Não conseguia passar sem referir isto, como estudante de Design fiquei super contente ao constatar que para além de darem importância ao layout não se esqueceram de apimentar um pouco com humor: um excelente layout com preços e piadas pelo meio, o que é que se pode pedir mais? Convenceu-me.

Fui com a Raquel, essa desaparecida, lá lanchar. Estava uma maravilhosa tarde soalheira, tinha acabado de almoçar e por isso pedi apenas um galão, e que galão! Pela módica quantia de 1€ veio um copo gigante, cheio de leite (era um galão fraquinho, não que isso me importe porque não especifiquei e sinceramente até prefiro reduzir no café). A Raquel pediu um croissant mas infelizmente não os têm em dias de semana, não costuma ter saída e assim não há desperdícios. Têm sim um mini menu torrada + chá por 1.50€, e ainda fizeram questão de fornecer atendimento personalizado e recomendar o chá vermelho em vez do preto que a minha amiga queria ao início (e se ela não gostasse não pagava).


Depois de meter conversa com eles e de lhes dar os parabéns pelo website e tudo o que isso comportava, o senhor que nos estava a atender apresentou-se pelo nome e apontou igualmente os outros gerentes, todos senhores simpáticos. Elogiei-os mais uma vez porque mereciam o incentivo para continuarem o excelente trabalho.


Da esplanada não há grande vista, temos a avenida e os prédios e ao fundo consegue ver-se um pouco do rio, mas ao Sol é impossível escapar, e uma pequena brisa refrescante ziguezagueia por entre as mesas, supremo. Qualquer coisa é só sair e acabar com um passeio pelo parque Eduardo VII. O ponto final perfeito na frase que foi aquela agradável tertúlia.

Desconfio que na feira do livro este sítio vai encher, um óptimo e estratégico aproveitamento de espaço a preços que convidam à exploração dos petiscos do menu.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Miradouro de Monte Agudo

Podem encontrar a segunda post sobre este local aqui.



Num pequeno lugar recôndito de Lisboa que mais parece um jardim particular com entrada reservada a pessoas do bairro, encontra-se um segredo capaz de suscitar opiniões diversas.



Este miradouro é diferente dos outros. Pelo seu ambiente, pela sua comida, e pela personalidade do dono do café, que é sem dúvida uma personagem muito suis generis. Este é claramente um quiosque mais underground, com talvez algumas influências indianas, e onde não só se pode beber capilé e groselha como comer petiscos de origem goesa.

A música toca a partir do computador e funciona quase como um mantra. Faz-me lembrar a que ouvia quando ia meditar à Espiral, no Saldanha.

Finalmente, para completar este arranjinho muito zen, há um sofá com almofadas em frente ao balcão, e foi aí que eu e a Sara nos sentámos e onde, mais tarde, ajeitámos as almofadas debaixo da cabeça e ficámos deitadas a olhar para o céu meio coberto pelas árvores enquanto ouvíamos aquela melodia que quase nos deixou cair em sono profundo ou atingir o nirvana. É terapêutico.



Não havia sangria por isso optei pelo capilé (1.30€), mais barato que o do Refresco no Largo Camões mas menos bom, e percebe-se porquê, pela garrafa este tinha aspecto de custar no máximo 3€ (é semelhante à garrafa onde se vende groselha nos supermercados), enquanto as originais são de vidro e sei eu que custam para aí uns 14€. Não interessa, soube-me a mil.



Cães, imensos, ladram de vez em quando quebrando aquela melodia relaxante, mas são normalmente bem comportados. O sítio fica ao pé de uma escola que parece um colégio militar e também ao pé de uns quantos prédios abandonados pelos quais passámos quando íamos a sair. Reparei que um dos prédios tinha um stencil muito interessante e quando ia tirar-lhe uma foto um rapaz que estava por perto avisou-me que havia ali uma senhora velha a viver e que iria cair-nos em cima se visse o que estávamos a fazer. Achei aquele momento deveras insólito, mas agradeci o aviso, tirei a foto na mesma e fui embora esperando que uma velhinha saltasse dos arbustos, mas isso não aconteceu.




Gosto sempre de apreciar todos os tipos de arte urbana que vou encontrando ao longo das minhas caminhadas, acho também especial piada às mensagens escritas a spray nas paredes que mais parecem roupa suja a ser lavada em público. Não são esteticamente bonitas, ao contrário de alguns stencil e graffiti, mas conseguem a proeza de roubar uns sorrisos àqueles que passam, e isso é sempre uma nota positiva.

Aberto das 11:30h ao pôr-do-sol, todos os dias (se não me engano).

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Grande Lata

O Granda Lata é o detentor de recorde para maior tosta mista com o preço mais acessível. Por 3.25€ temos uma tosta que dá na perfeição para duas pessoas. A situação do café/roulotte é engraçada, está perto do rio e do Museu da Electricidade, situado junto ao jardim com as suas mesas de madeira banhadas pelo sol (porque é nestes dias que vale a pena vir).

Este café é a última paragem do autocarro nocturno nº1 da carris, lembro-me de ter cá vindo parar às 2 da manhã uma vez, porque com a pressa saltei para o transporte sem ver o número e constatei já no fim não se tratar do 201 habitual mas destoutro, com destino à estação fluvial de Belém. E lá fiquei no meio do nada à espera do jipe do meu pai.

Vim cá com a Rosa primeiro e mais tarde com a Sara, numa tarde deliciosa em que faltei às aulas por ter tido jantarada no dia anterior. Aqui bolei algumas das mais estranhas filosofias e ponderei ideias absurdas, lembro-me de conversar com a Rosa de como seria giro haver fotos que pudessem captar o cheiro, e de reparar com a Sara na maneira como dois miúdos atiravam comida aos pombos, com uma violência quase caricata e agressiva.

Este local não é nada do outro mundo, mas é um bom sítio para se estar e pôr conversa em dia, para além de se poder acompanhar a tosta e galão com um delicioso passeio à beira do Tejo, e porque não por Belém todo?