segunda-feira, 26 de março de 2012

Café da Dança/Mezzanine

Podem encontrar a segunda post deste local aqui.

Tinha convidado a minha amiga Sara a tomar um Brunch hoje, havia um local em Belém que me despertou a atenção, mas esqueci-me que segunda-feira é o dia fatídico e que está tudo fechado (para além de que a maior parte dos sítios só oferece esta refeição aos fins-de-semana).

O Mezzanine ou Mezzas, como é coloquialmente chamado, é possivelmente um dos últimos espaços de jeito de Algés.

Algés sempre foi um local popular entre as pessoas que agora estão na casa do meio século e que viviam na zona. Aconteciam coisas, havia o Ribamar, o Caravela, o Tamar, esses cafés onde os estudantes se sentavam para ler e conversar e os artistas rabiscavam no papel, discutia-se tudo e mais alguma coisa, mas foi-se, o Ribamar perdeu aquela chama jovial, tornando-se um local para gente mais velha, e agora é um restaurante (o Touro Ibérico). O Tamar não faço a mínima ideia. O Caravela já não é como era, a zona tornou-se local de passagem e não de estadia, sinal dos tempos em que vivemos? Perdeu-se o espírito.

Assim sendo visitámos o Café da Dança/Mezzas que estava vazio por estarmos ainda na primeira meia-hora da tarde. Melhor! Demasiada gente é muita distracção e o som humano acaba por cobrir o som da pouca Natureza audível na cidade (pássaros a cantar, restulhar das folhas, vento, etc).
Ainda sobrava um pouco da nossa aura cataclísmica de ontem à tarde. O ser etéreo que trata desse assunto deve ter andado a desatarrachar o guarda-sol do seu suporte e este quase nos ia acertando ou engolindo.

Está-se divinalmente naquela varanda, ela materializa o conceito de tardes de primavera, é delicioso, tal como os crepes que comemos à sobremesa e que o dono nos veio perguntar se queríamos que ele trouxesse, estas pessoas importam-se, apesar de me ter dito quando cheguei que não conseguia fazer nada que requeresse cozinha (incluindo cozer um ovo para uma sandes, o que achei estranho), lembrou-se que tínhamos falado em crepes quando estávamos no balcão a pedir os nossos salgados, e lá subiu ele as escadas para nos atender, como se para compensar o nosso desconsolo anterior.



Comi então uma mini-calzone de queijo e tomate (1.50€), acompanhada de um galão (1.10€), e como sobremesa dividi dois crepres com a Sara, um de chocolate (2.50€) e outro de canela, limão e açúcar (2€). A Sara comeu uma merenda de queijo e fiambre (1.30€).

Tirei umas fotos aos crespes enquanto me babava com vontade de comer, e estavam tão bons quanto pareciam, acompanhados com uma pequena dose de chantily. Ficam por provar o de mel e nozes, o de banana e o de gelado.



E depois de tantos objectos e animais assassinos se atirarem contra nós, fica a expressão: we are living on the edge (of disaster). Mas desde que essa edge venha acompanhada de crepes, viverei nela com muito prazer.

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