quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jardim do Torel





Belo jardim do Torel, pérola incomparável de Lisboa, escondida no meio de subidas difíceis que nos põem a arfar como velhinhos, casas lindas cobertas de trepadeiras, edifícios abandonados, muros grafitados e o vislumbre de uma casa episcopal sugestiva cujas escadas da torre mais alta têm um degrau a menos. Gosto deste jardim, é grande, tem fontes, tem espaço para estiraçar na erva e não pensar em nada, tem banquinhos com mesas à frente para piquenique ou para poisar os pés à patrão.



Fiz a escalada toda com a Carolina, num dia talvez um pouco fresco demais, da última vez que cá tinha vindo com a Margarida lembro-me que ao ir embora um cão saltou-me para cima com as suas patas sujas de lama. Eu tinha o meu vestido branco, não muito próprio para um Tarzan Urbano, que ficou, como se diz de forma educada, todo cagado. Nesse momento, fui a diversão dos moços rastas que estavam agrupados por perto, aos quais o cão pertencia.




O jardim tem um café muito simpático, com esplanada (não fosse já este sítio inteiro uma gigante esplanada) e alguns eventos de vez em quando. O único problema é que em termos de comida é um pouco caro e não oferece muita variedade mas o rapaz que me serviu fê-lo com um grande sorriso na cara o que é sempre um motivo para voltar. Reparei ainda que havia gente com computador a trabalhar o que me vez concluir que possivelmente haveria ligação à internet naquele sítio.

Pedi uma salada que para o que custou era completamente somítica e fez-me lembrar a piada dos Gatos Fedorentes sobre o bocadinho de tomate e a folhinha de alface. Os ingredientes era comuns, não justificavam os 6€ (sem ser o salmão que nem era muito) e isso deixou-me um pouco triste. Eram 21h da noite e eles já nem sequer tinham pão para tostas, pergunto-me se a afluência é tão pouca que não justifica encomendarem mais do que uma certa dose de ingredientes para terem por lá. Lembro-me que na vez passada tinha pedido uma salada de frango e até me tinha sabido bem, não percebo.

A Carolina pediu uma limonada (1.50€), e ficámos as duas sentadas lá fora até decidirmos que estava demasiado frio para os trajes que estávamos a usar, altura em que recolhemos.




Outro pormenor interessante em que reparei foi que havia uma pequena escola situada mesmo por baixo do miradouro. Quando espreitamos daquela varanda gigante conseguimos ver um campo de basquetebol e, aqui é que se torna interessante, painéis solares. Não estranhem eu estar tão entusiasmada com isto, sustentabilidade tem sido um grande tema de debate nos últimos tempos e agora solto sempre uma pequena exclamação de contentamento quando enxergo estes fenómenos, ainda por cima numa escolinha no meio de nenhures (se bem que tenho de reconhecer que a situação é boa).




Há também uma casinha ao pé desta chamada "varanda" sobre Lisboa. Não percebi muito bem o que era (fui cuscar pelas janelas), talvez seja um balneário pertencente também à escola. Que senhora escola, pergunto-me se quem aqui anda consegue apreciar devidamente a situação geográfica em que está inserida ou se simplesmente se tornou banal com o passar do tempo, pergunto-me também se isso não nos acontece a todos sem nos darmos conta, vou ter de passar a estar mais atenta a isso, felizmente Lisboa nunca perderá o seu charme.

E por falar em charme, há intervenções urbanas que se revelam pequenos tesourinhos, é impossível resistir, um dia o Tarzan terá os seus próprios autocolantes.


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