Mostrar mensagens com a etiqueta Caves. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Caves. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ó-Chá




Ultimamente tenho ganho a mania de pesquisar casas de chá e isso culminou noutra pequena lista de sítios a visitar. Fiquei bastante bem impressionada com As Vicentinas e queria repetir a experiência, o Ó-Chá já andava a badalar na minha cabeça há algum tempo e tinha chegado finalmente a hora de ir averiguar este local.

Pequeno mas cheio de adereços, a primeira coisa que reparamos ao entrar é que há objectos interessantes em todo o lado, isto porque esta casa funciona igualmente como loja, com uma variedade incrível de chás para venda que podem averiguar melhor no seu website.




Um amigo meu recentemente falou-me num chá chamado Matcha. Não percebo muito de chás porque, para dizer a verdade, nunca gostei deles e achava sempre que beber chá era o equivalente de beber água com pó aquecida. Acabo por me deixar guiar pelos conselhos das pessoas e depois assassino o chá para o tornar bebível, normalmente com leite e mel. Este Matcha japonês parece-me uma boa próxima escolha, quero habituar-me e irei habituar-me, embora continue sempre fiel à ala do café.

Sentei-me juntamente com a Patrícia numa mesa junto ao vidro, escolha que ponderei se seria a melhor dado o calor que estava, mas acabou por ser tolerável. Decidimos fazer uma vaquinha e dividir duas tostas: uma de salmão fumado e queijo de ervas (4.80€) e outra de brie, mel e rosmaninho (4.50€).



Enquanto não vinham as tostas contemplei um pouco mais aquilo que me rodeava. Máscaras adornavam o sítio com um tema assumidamente oriental, um quadro destacava-se não por estar fora de contexto mas talvez por estar fora da localização geográfica dos outro objectos: era uma representação do chapeleiro louco, ou pelo menos parecia ser, mas uma versão mais "acriançada". Havia motivos floridos, cerâmica delicada, bules, montes de bules, objectos utilizados nas festividades chinesas e japoneses, e claro chá, enfim, um mundo para explorar.





Vieram as tostas. Comi a de brie e mel primeiro e rejubilei de felicidade. Encontrei aqui uma das melhores tostas que alguma vez comi, prazer em cada garfada, desejei que a dita nunca mais acabasse. Depois daquela doçura, a tosta de salmão parecia-me neutra. Não deixem o vosso paladar ser viciado por este ingrediente apícola. Sejam mais inteligentes do que eu e comam os doces no fim, aliás, como dita a tradição.




Como sempre e para poupar dinheiro teimei em passar a refeição sem bebida, mas rapidamente mudei de ideias perante a sugestão de um chá frio de erva-príncipe com gengibre e mel (2.50€). Venha ele. Nunca tinha visto um chá frio com espuma devo confessar, e a sua cor assemelhava-se à do galão de café pouco forte. Bebi-o de um trago, restando apenas o pequeno travo a gengibre picante na ponta da língua: receita a repetir em casa.

Apesar de termos ido para as tostas o espaço oferece também menus diários que devem rondar os 7€. A julgar pela qualidade do resto deduzo que não devem desiludir.




O Ó-Chá é discreto visto de fora e íamos-lhe passando ao lado, mas uma vez lá dentro estamos noutro mundo. A panóplia de coisas torna-se confortável e justificada. A tosta foi das melhores refeições que já tive e automaticamente lembrei-me da minha vítima número um de escapadelas, que certamente vai partilhar da minha opinião.

E por falar em fazer uma vaquinha:

Nas décadas de 20 e 30, quase nenhum jogador de futebol ganhava salário. Muitas vezes, a própria torcida reunia-se a fim de arrecadar, entre si, um prémio para recompensar o bom desempenho dos jogadores. O dinheiro era pago de acordo com o resultado obtido em campo.

Os valores desses prémios associavam-se aos números do jogo do bicho, uma espécie de loteria, criada no fim do Império. Se conseguissem 5 mil réis, por exemplo, chamavam o prémio de “cachorro”, pois o número 5 é o número do cachorro no jogo do bicho. Vinte e cinco mil, o prémio máximo, era chamado de “vaca”. Assim, surgiu o termo “fazer uma vaquinha”.


Talvez não tenha usado a expressão de forma mais correcta mas cá em casa usa-mo-la para dar e vender. Oh. Cá está outra. Se procurar a origem da cada expressão que utilizo então estou feita ao bife.

De segunda a sábado das 12h às 20:30h. Fecham aos domingos.

domingo, 17 de junho de 2012

Vertigo

Quando saímos do Royale continuámos com a panca de ir ao Vertigo. O facto de termos sido enxotadas foi chato mas compreensível, o Tarzan não guarda rancores de ninguém, especialmente de pessoas que durante o seu tempo de trabalho se devem ter confrontado com os clientes mais bestas de sempre, eu não quero ser besta, as bestas estão na selva.




As pessoas tinham acabado de ir embora do evento que lá estava a ocorrer e por isso tínhamos o espaço só para nós o que é agradável mas ao mesmo tempo um pouco intimidante (há sempre a responsabilidade de servir bem o cliente, mas será que também há a de ser um bom cliente? Acho que a sinto na pele). Deu também para tirar fotos sem gente mas os vários tipos de luminosidade que vinha de todos os lados acabaram por não ajudar nada.

Numa rápida vista de olhos ressaltaram logo uma série de quadros antigos pendurados nas paredes e as sardinhas dos Santos Populares que estavam expostas como decoração. Chamo especial atenção para uma em particular.



Olhando para cima é impossível não perder algum tempo a tentar perceber o intrincado padrão do tecto: um vitral repleto de motivos florais, alguns animais e possivelmente um toque inca. Este é um dos tipos de luz que está presente no local, quem vem em tonalidades coloridas e que lhe confere uma aura mais ostentosa. Há também a luz natural que vem das janelas (mais branca e brilhante) e a das lâmpadas dos candeeiros (mais amarelada). Parece haver luz por todo o lado mas esta combinação acaba por resultar num ar soturno mas imponente e com um toque tabernoso. Há também umas misteriosas escadas em caracol para o andar de baixo que nos fazem questionar se mora lá alguma espécie de goblin ou se é só um andar que abrem esporadicamente para eventos (talvez eventos que incluam goblins)



Escolhemos uns sofás simpáticos ao canto para nos sentarmos, perto de uma suposta tomada funcional, mas que rapidamente decidimos deixar de usar devido a uns barulhos crepitantes que fazia cada vez que colocava o íman do carregador em contacto com o Macintosh. Havia também um tabuleiro de damas mas deduzi que provavelmente estava incompleto, tenho vindo a reparar que jogos em cafés não sobrevivem muito tempo, infelizmente.




Pedi um galão e a Margarida uma dose de açaí (um sabor que só posso descrever como uma mistura de iogurte de frutos do bosque com papa de bolacha), o açaí é uma fruta brasileira super nutritiva (ou assim dizem) que agora anda na moda e que ainda tem um preço bastante puxado, o que é provável que derive do facto de já vir numa espécie de polpa iogurtada densa e não como baga, a sua forma original. Não se deixem enganar pelo aspecto, aquilo parece gelado de chocolate à primeira vista mas não, não se enganaram no pedido e é mesmo o que vos puseram à frente por isso comam e sintam-se super potentes.

Li em algum lado que tinham brunch ao domingo. Eles não têm website que eu saiba mas têm o omnipresente facebook. Cá o disponibilizo, para ficarem a par de algumas ementas do dia e de possíveis acontecimentos ou mudanças de horários (eh eh). Enfim, pagámos e lá deixei um pequeno gato temático, tal como fiz no Royale, desenhado numa folha do meu diário gráfico, em cima da mesa.

Está aberto das 11h à meia-noite, todos os dias menos segunda-feira.



segunda-feira, 21 de maio de 2012

Arte e Manha



Escondido entre Picoas e Anjos, não é o sítio mais óbvio ao qual podemos ir, mas é garantidamente um dos mais polivalentes, com workshops, eventos musicais e comida, todos os dias algo diferente conforme anuncia o calendário. Podemos ficar no primeiro andar a tomar uma refeição e escutar algum artista que esteja a tocar no pequeno palco, ou então podemos pagar 5€ (ou à volta disso) e descer até uma outra sala, mais recôndita e que só costuma abrir à noite, onde acontecem os grandes concertos e workshops. A situação é um pouco ao estilo Bacalhoeiro, que é outro sítio que tenho de ir documentar.




As fotos que tirei são tão manhosas que dão vergonha, no andar de baixo, devido à escuridão, ficaram completamente tremidas e não sabia se haveria de pôr as más apenas para ilustrar o espaço, mas talvez me fique pelos pormenores luminosos, atiçando assim a vossa curiosidade para conhecer este spot.



E quando digos pormenores luminosos não estou a brincar, tanta iluminação diferente!




Vim cá uma e única vez com a Carolina, o Rodrigo e o Casimiro para ver o concerto de uma moça portuguesa. Gostei imenso, tenho sempre medo de falar em estilo nestes casos, mas aqui roçava o jazz/bossanova, tudo covers menos um original, soube bem, estava tudo sentado em torno do palco e não mexia uma palha, aquela voz é cativante. Pedi um martini (3.50€) e fiquei a apreciar o concerto na linha da frente. A música portuguesa a gostar dela própria, digo-o como afirmação e como sugestão.

E prometo que haverá uma parte II deste local, afinal de contas com tantas actividades nenhum dia será semelhante a qualquer outro, e essas são as melhores saídas.

Horário do espaço:
Quartas a segundas das 11h às 06h
Terça das12h às 15h

Horário da cozinha e ementa aqui:
Almoço: das 12h às 16h
Jantar: das 19h às 03h
Snack-bar: das 08h às 04h