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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Jardim Botânico da Ajuda





Depois de um sentimento de desamparo após várias visitas infrutíferas a instituições budistas fechadas, eis que isto aparece, e assim nasce um passeio.




Inspirada pelo chá frio do almoço prévio no Goethe, apanhei alguma lúcia-lima natural directamente da secção das plantas aromáticas do jardim. Não sei se se podia fazer isto, mas não resisti, o meu bolso secou-as naturalmente e quando cheguei a casa fiz chá.





O jardim tem um café mas é um pouco para o carote, contudo o passeio só por si já vale bastante e tive um momento de zen enquanto molhava os pés numa fonte que se encontrava à sombra. Belas pausas.

Horários e informações disponíveis no website do jardim.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Aquário Vasco da Gama

Pequena entrada com o intuito de suscitar a vossa curiosidade para um sítio que me é bastante querido. Não é um café, não é um restaurante, muito menos um bar. Já devem ter percebido pelo título, a não ser que pensassem que ia escrever sobre uma marisqueira insólita.

O Aquário tem um museu dedicado à fauna marinha com espécies vivas nadando pacificamente pelas calmas águas que tentam imitar o seu habitat natural. Para quem se interessa por estes animais é um local de grande interesse. Quando estava no secundário vim para aqui desenhar peixes, são uma fonte de inspiração mas não são nada cooperantes e a palavra imobilidade não parece constar no seu dicionário.

Mas aquilo que gosto mais de fazer é ficar no jardim sentada à borda do lago a conversar enquanto dou de comer às carpas esfomeadas. Estas carpas são gigantescas e completamente domesticadas, dêem-lhe festinhas se quiserem, sintam a viscosidade na pele.

Há um pequeno contentor onde podemos comprar, por 50 cêntimos, umas bolas de plástico que têm comida lá dentro. Mal nos aproximamos da água começa a formar-se um enorme cardume que nos persegue violentamente, os peixes lutam pela promessa de alimento, sem o mínimo de piedade.



Este é um belíssimo plano de tarde a custo mínimo, é divertido para qualquer pessoa, há qualquer coisa de cármico na presença dos animais e acabamos sempre por rir das carpas empilhadas e de boca aberta. De qualquer dos modos, se cá passarem, não hesitem em financiar o museu, temos de manter em pé o que é bom.

Preços para entrar no museu:
Adultos - 4€
Jovens dos 6 aos 17 - 2€
O jardim é de graça!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jardim do Torel





Belo jardim do Torel, pérola incomparável de Lisboa, escondida no meio de subidas difíceis que nos põem a arfar como velhinhos, casas lindas cobertas de trepadeiras, edifícios abandonados, muros grafitados e o vislumbre de uma casa episcopal sugestiva cujas escadas da torre mais alta têm um degrau a menos. Gosto deste jardim, é grande, tem fontes, tem espaço para estiraçar na erva e não pensar em nada, tem banquinhos com mesas à frente para piquenique ou para poisar os pés à patrão.



Fiz a escalada toda com a Carolina, num dia talvez um pouco fresco demais, da última vez que cá tinha vindo com a Margarida lembro-me que ao ir embora um cão saltou-me para cima com as suas patas sujas de lama. Eu tinha o meu vestido branco, não muito próprio para um Tarzan Urbano, que ficou, como se diz de forma educada, todo cagado. Nesse momento, fui a diversão dos moços rastas que estavam agrupados por perto, aos quais o cão pertencia.




O jardim tem um café muito simpático, com esplanada (não fosse já este sítio inteiro uma gigante esplanada) e alguns eventos de vez em quando. O único problema é que em termos de comida é um pouco caro e não oferece muita variedade mas o rapaz que me serviu fê-lo com um grande sorriso na cara o que é sempre um motivo para voltar. Reparei ainda que havia gente com computador a trabalhar o que me vez concluir que possivelmente haveria ligação à internet naquele sítio.

Pedi uma salada que para o que custou era completamente somítica e fez-me lembrar a piada dos Gatos Fedorentes sobre o bocadinho de tomate e a folhinha de alface. Os ingredientes era comuns, não justificavam os 6€ (sem ser o salmão que nem era muito) e isso deixou-me um pouco triste. Eram 21h da noite e eles já nem sequer tinham pão para tostas, pergunto-me se a afluência é tão pouca que não justifica encomendarem mais do que uma certa dose de ingredientes para terem por lá. Lembro-me que na vez passada tinha pedido uma salada de frango e até me tinha sabido bem, não percebo.

A Carolina pediu uma limonada (1.50€), e ficámos as duas sentadas lá fora até decidirmos que estava demasiado frio para os trajes que estávamos a usar, altura em que recolhemos.




Outro pormenor interessante em que reparei foi que havia uma pequena escola situada mesmo por baixo do miradouro. Quando espreitamos daquela varanda gigante conseguimos ver um campo de basquetebol e, aqui é que se torna interessante, painéis solares. Não estranhem eu estar tão entusiasmada com isto, sustentabilidade tem sido um grande tema de debate nos últimos tempos e agora solto sempre uma pequena exclamação de contentamento quando enxergo estes fenómenos, ainda por cima numa escolinha no meio de nenhures (se bem que tenho de reconhecer que a situação é boa).




Há também uma casinha ao pé desta chamada "varanda" sobre Lisboa. Não percebi muito bem o que era (fui cuscar pelas janelas), talvez seja um balneário pertencente também à escola. Que senhora escola, pergunto-me se quem aqui anda consegue apreciar devidamente a situação geográfica em que está inserida ou se simplesmente se tornou banal com o passar do tempo, pergunto-me também se isso não nos acontece a todos sem nos darmos conta, vou ter de passar a estar mais atenta a isso, felizmente Lisboa nunca perderá o seu charme.

E por falar em charme, há intervenções urbanas que se revelam pequenos tesourinhos, é impossível resistir, um dia o Tarzan terá os seus próprios autocolantes.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Jardim do Príncipe Real

O Jardim do Príncipe Real não é muito grande mas consegue ainda oferecer alguma diversidade na maneira como está arquitectado. Uma das coisas que mais gosto é a pequena rotunda de bancos de jardim abrigados na sombra da copa da árvore que estão a rodear. Os bancos estão debaixo de uma estrutura metálica que deve ter tido já alguma função mais óbvia e que agora serve apenas como decoração. É um óptimo sítio para os casalinhos namoricarem, solteiros contemplarem a beleza da vida independente, bêbedos dormitarem e personagens duvidosas executarem outras actividades possivelmente menos belas, não interessa, o jogo de sombras providencia-nos uma atmosfera espectacular nos dias de Sol.

Há também uma fonte. Parei um bocado com a Sara a contemplá-la e a comentar a cómica e parca vida que ali habita. Uma pomba meia patolas chama especialmente a nossa atenção, tem um problema na pata esquerda e quando anda esta parece pesar-lhe toneladas. Caminha fazendo constantemente o move da Angelina Jolie.

Um pequeno parque infantil neste jardim serve de entretenimento a crianças de pais exaustos, pequenas mesas de piquenique salpicam o caminho (já aqui comi quando fui a um restaurante de pizza nas redondezas, falarei sobre ele eventualmente) e uma descida para o Reservatório de Água Patriarcal satisfaz os sequiosos por conhecimento e cultura. Os famosos quiosques também marcam presença e, embora eu não saiba se está operacional, atravessando a estrada para o passeio há duas WC debaixo do solo.

Li também algures que o Jardim fazia agora parte de uma rede de Jardins Digitais de Lisboa, e que tem um hotspot para quem queira ter acesso à internet. Não dou garantias.


Continuando o nosso percurso deparámo-nos com a forma de engate mais eficiente de sempre, para além do encontro fortuito dos donos dos cães, garanto que se levarem a passear o vosso coelho (sim coelho!) terão muito mais atenções de todo o tipo de públicos. Não consigo expressar por palavras a adoração que sentimos ao ver aquele bicho, tão pacificamente saltitando na erva verde, o peso da nossa mão sobre a sua cabecinha é suficiente para fazer com que este se esborrache contra o chão, mas isso não parece afectar a sua pacata existência.

Decidimos perder-nos por Lisboa, descemos ruas que não sei nomear, deparámo-nos com vários sítios que assentei o nome para ir visitar mais tarde, descobrimos pormenores interessantes, uma porta, um jarro de flores, um grafiti, vivemos peripécias inesperadas quando uma velha decidiu bufar-nos e eu senti genuinamente medo, sendo que afinal ela tinha é um problema respiratório e um tubo enfiado na garganta, não pude evitar rir e ganhar direito a mais um bilhete para o Inferno.




Encontrámos uma residencial no meio de nenhures, descobrimos mensagens de esperança recortadas a branco numa parede pintada de azul escuro, demos com a Casa das Maquetas, uma espécie de paraíso em termos de material para estudantes de arquitectura e design cuja decoração no vidro é particularmente engraçada, explorámos um novo bar com apenas três semanas de existência e onde tive de elogiar o proprietário pela decoração, encontrámos a escola antiga do pai da Sara, junto a uma espectacular igreja, fomos dar ao Adamastor onde até uma estudante de artes como eu se sente normal de mais e terminámos nos banhos...


O nosso rumo era marcado pela luz e pela vegetação, escondidas entre os edifícios da velha Lisboa, aquela que ainda deixa as portas encostadas e os grelhadores no meio das ruelas. E assim, onde quer que ele se encontrasse, we followed the sun.