Quando saímos do Royale continuámos com a panca de ir ao Vertigo. O facto de termos sido enxotadas foi chato mas compreensível, o Tarzan não guarda rancores de ninguém, especialmente de pessoas que durante o seu tempo de trabalho se devem ter confrontado com os clientes mais bestas de sempre, eu não quero ser besta, as bestas estão na selva.
As pessoas tinham acabado de ir embora do evento que lá estava a ocorrer e por isso tínhamos o espaço só para nós o que é agradável mas ao mesmo tempo um pouco intimidante (há sempre a responsabilidade de servir bem o cliente, mas será que também há a de ser um bom cliente? Acho que a sinto na pele). Deu também para tirar fotos sem gente mas os vários tipos de luminosidade que vinha de todos os lados acabaram por não ajudar nada.
Numa rápida vista de olhos ressaltaram logo uma série de quadros antigos pendurados nas paredes e as sardinhas dos Santos Populares que estavam expostas como decoração. Chamo especial atenção para uma em particular.
Olhando para cima é impossível não perder algum tempo a tentar perceber o intrincado padrão do tecto: um vitral repleto de motivos florais, alguns animais e possivelmente um toque inca. Este é um dos tipos de luz que está presente no local, quem vem em tonalidades coloridas e que lhe confere uma aura mais ostentosa. Há também a luz natural que vem das janelas (mais branca e brilhante) e a das lâmpadas dos candeeiros (mais amarelada). Parece haver luz por todo o lado mas esta combinação acaba por resultar num ar soturno mas imponente e com um toque tabernoso. Há também umas misteriosas escadas em caracol para o andar de baixo que nos fazem questionar se mora lá alguma espécie de goblin ou se é só um andar que abrem esporadicamente para eventos (talvez eventos que incluam goblins)
Escolhemos uns sofás simpáticos ao canto para nos sentarmos, perto de uma suposta tomada funcional, mas que rapidamente decidimos deixar de usar devido a uns barulhos crepitantes que fazia cada vez que colocava o íman do carregador em contacto com o Macintosh. Havia também um tabuleiro de damas mas deduzi que provavelmente estava incompleto, tenho vindo a reparar que jogos em cafés não sobrevivem muito tempo, infelizmente.
Pedi um galão e a Margarida uma dose de açaí (um sabor que só posso descrever como uma mistura de iogurte de frutos do bosque com papa de bolacha), o açaí é uma fruta brasileira super nutritiva (ou assim dizem) que agora anda na moda e que ainda tem um preço bastante puxado, o que é provável que derive do facto de já vir numa espécie de polpa iogurtada densa e não como baga, a sua forma original. Não se deixem enganar pelo aspecto, aquilo parece gelado de chocolate à primeira vista mas não, não se enganaram no pedido e é mesmo o que vos puseram à frente por isso comam e sintam-se super potentes.
Li em algum lado que tinham brunch ao domingo. Eles não têm website que eu saiba mas têm o omnipresente facebook. Cá o disponibilizo, para ficarem a par de algumas ementas do dia e de possíveis acontecimentos ou mudanças de horários (eh eh). Enfim, pagámos e lá deixei um pequeno gato temático, tal como fiz no Royale, desenhado numa folha do meu diário gráfico, em cima da mesa.
Está aberto das 11h à meia-noite, todos os dias menos segunda-feira.
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