Mostrar mensagens com a etiqueta Quiosques. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Quiosques. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Goethe Café

A ida ao Goethe já estava planeada há muito tempo. Não costumo comer pratos tão pesados como os tradicionais pratos alemães, mas neste local servem também um prato vegetariano todos os dias e hoje era alho francês à brás. Não pude deixar escapar, e apesar de ter tentado resistir a pedir uma bebida, o chá frio voltou a impôr-se e assim lancei mais 1.5€ da minha carteira de volta ao seu habitat natural, mas o chá de lúcia-lima, hortelã e laranja foi muito bem vindo garanto.





O café consiste num espaço ao ar livre dentro do edifício do instituto alemão mas coberto pelas copas das árvores, servido por uma espécie de restaurante quiosque muito colorido. Há mesas espalhadas pelo passeio e há também uma área de mesas mais longas estilo parque de piquenique e outra com um écran onde podem ser projectados filmes ou jogos de futebol. Este é provavelmente o único sítio em Portugal onde fazem o Oktoberfest (festival alemão de cerveja), sendo também o único a servir cerveja de pressão Paulaner.





Há também uma pequena fonte e uma cama de rede mais emaranhadas no jardim, objectos de construção estão espalhados um pouco por todo o lado, mas acredito que não seja sempre assim e que estejam lá temporariamente. Ainda tentei empoleirar-me na cama de rede mas receei que o resultado não fosse muito positivo.



A Sara pediu uma salada de frango (5.80€) que surpreendeu pela textura dos cogumelos. Não estavam cozidos, nem crus (ou estavam?). Era uma textura difícil de descrever mas bastante agradável, um pouco para o borrachosa. Ao nosso lado víamos passar outros pratos curiosos e de aspecto gorduroso (mas bom!). Batatas recheadas com uma espécie de creme de natas e as tradicionais e calóricas salsichas.

O alho francês à brás soube-me a mil. Já não me lembro do preço mas devia rondar o da salada. Na altura de pagar reparei que não havia multibanco e fiquei alegremente surpreendida quando confiaram em mim para ir levantar a voltar mais tarde. De pessoas também se fazem os sítios.

Aberto de terça a sexta das 9h às 21h e sábados das 9h Às 17h.

domingo, 24 de junho de 2012

Quiosque Banana Café




A reabilitação dos quiosques da Avenida são uma das iniciativas que mais me encheram o coração nos últimos tempos. Esta descida percorro-a frequentemente a pé e quando está frio esta caminhada serve para me aquecer o corpo. Em dias de calor, dou as boas vindas ao Sol e vou saltando entre luz e sombra, jardim e passeio. Gosto especialmente de espreitar para dentro do AdLib (módica quantia de 20€ por um brunch) e ver as pessoas a tomarem o seu pequeno-almoço chique com as mesas cheias de compotas e pãezinhos de todos os tipos. Contemplo de fora, gosto de analisar.

Agora deram-me ainda mais razões para fazer este percurso, ver as esplanadas com gente é algo que me agrada, há vida no jardim, pouco a pouco Lisboa vai regenerando as suas feridas, mas são estes pequenos passos que levam a algo grande.

O Banana Café repete-se duas vezes: uma perto do Marquês de Pombal e outra já junto aos Restauradores, eu fui a este último.





Cada um dos quiosques tem a sua "alma", aquilo que o caracteriza a si e ao seu serviço. Confesso que a minha ideia de serão era ir para o outro lado da rua, onde se situa o quiosque da Time Out, e ouvir uma jazzada tocada por um dos alunos do Hot Club. Contudo devido à divulgação facebook (este é o único com facebook próprio) estava já bastante cheio e pelo menu (tentam inovar mas não têm o básico) acabámos por ir para o outro, e não nos arrependemos, as tostas são gigantes e dão para dividir por duas pessoas ou por três que comam pouco (vêm seccionadas em três partes).

A tosta mista custou-me 3.50€, não é a melhor do mundo confesso mas têm outras variedades, para além de saladas e empadas (que vi provarem e aprovarem). Bebi também um chá frio (1.80€), algo que tenho vindo a apreciar cada vez mais o que me surpreende porque não gosto de chá quente. A Carina pediu um sumo natural de abacaxi que ficou quase ao preço da tosta (2.80€). Decidi pôr a última foto aqui porque ainda apanhou alguns preços pelo que pode vir a ser útil.

Domingo a quarta, das 09h às 11h e de quinta a sábado das 09h às 02h da manhã.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Miradouro do Adamastor



Já escrevia Camões:

Não acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida,
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

O Miradouro do Adamastor chama-se, na realidade, Miradouro de Santa Catarina, tendo ganho esta alcunha devido à estátua erguida no pequeno jardim que dele faz parte e que retrata a mítica criatura dos Lusíadas. Este é sem dúvida o mais insólito dos miradouros, pode não ter um dono peculiar como o do Monte Agudo, mas as gentes que o frequentam são tão diversas que fazem qualquer artista freak sentir-se completamente banal, principalmente de noite, altura em que enche até às bordas.


É impossível não sair de lá com histórias para relatar, ou porque algum maluco veio contar-nos a odisseia completa da sua vida, ou porque um bando de galeses decide celebrar uma despedida de solteiro em tronco nu tomando banhos de cerveja, enquanto o futuro marido nos aborda com um sorriso de desculpas e lamenta o facto de nos ter encontrado usando jardineiras amarelas à Super Mário. Enfim, dependendo da pessoa e do estado de espírito, podemos ter paciência ou não para os aturar, o primeiro não nos largava e teve de ser enxotado pelos senhores do quiosque, enquanto que o segundo nos proporcionou uma conversa bastante cómica e agradável que terminou com um: We're not from England! We are Welsh, and we couldn't care less about them and football. Kinda like Portugal and Spain. You know soccer? We are all soccer players!



O que me sabe melhor neste local é a sangria, os preços são óptimos, se não me engano a ordem era mais ou menos esta: 1€ o tamanho mais pequeno (22cl), 1.5€ o médio (33cl) e 2€ o maior (50cl). A cerveja deve ser a mesma coisa. Depois têm uma selecção de salgadinhos (coxinhas, rissois, croquetes, empadas) que rondam o preço de 1€, o que significa que com 2.5€ se tem um almoço ligeiro à tuga: a jola/sangria e o salgadinho enquanto contemplamos uma vista que vale bem mais do que isso. Ah, e uma tosta mista custa 4€ o que até achei um pouco caro mas até dá para dividir por duas pessoas que não comam muito (também conhecidos como "os passarinhos").


Quando lá fui reparei que a estátua estava agora adornada com um coração vermelho. Voltei a dar de caras com estas intervenções ao pé do teatro S.Luís e próximo dos quiosques da Liberdade, sempre corações, sempre em estátuas, fui pesquisar e a iniciativa chama-se Aqui Bate um Coração, deixo o link para quem quiser aprofundar.

Aberto todos os dias das 10h às 04h da manhã.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Miradouro de Monte Agudo (2)

Podem encontrar a primeira post sobre este local aqui.



Da segunda vez que cá vim trouxe a Rosa. A muito custo conseguimos arranjar local para pôr o carro ao pé da pretensiosa rua de Liverpool. O engraçado é que apesar das coisas continuarem tal e qual eu me lembrava, havia ligeiras alterações que se fizeram notar: a música não era tão zen, agora era uma longa composição de meia-hora de Keith Jarrett que tocava, aparentemente não é qualquer um que escolhe este arranjinho musical, denota algum saber orgulhoso, o que viemos a confirmar mais tarde.




Havia também novas cadeiras colocadas perto da beira, viradas para o arbustedo denso que cobre a paisagem. E depois o resto que já cá estava da última vez: revistas, mantas para o frio, o sofazinho de almofadas onde me tinha deitado outrora, as mesas da esplanada com alguns guarda-sois e alguns clientes tranquilos misturados com as personagens duvidosas que rondam o sítio (as gentes que frequentam este miradouro não têm propriamente o aspecto mais caridoso). E cães claro, sempre cães.



O dono continuava com o seu je ne sais quoi do costume, descurando um pouco a clientela para dar conversa a um amigo, mas não sei porquê isso não me apoquentou muito, não aqui, cada um tem direito a ter a sua personalidade desde que se seja genuína, isso acaba por fortalecer a caracterização de alguns espaços, mesmo quando implica torcer o nariz quando pedi um galão a seguir ao capilé, e tinha toda a razão, não podia dar bom resultado e eu fiquei com a sensação que tinha acabado de beber um oceano inteiro (não podia adivinhar que o galão era gigante).




Aqueles senhores copos devem chegar a quase meio litro, sim, o galão veio no mesmo tamanho de copo do que o capilé, e os preços são bastante em conta para o tamanho (já não me lembro quanto paguei mas foi muito pouco para aquela quantidade) de qualquer dos modos fotografei também o menu que estava escrito no quadro de giz para informação complementar.



Sentei-me a trabalhar num pequeno conceito que me tinha sido sugerido pela própria Rosa numa ida ao Casual Lounge: a Puta de Guarda-Chuva. Segundo ela, algo que nunca tinha encontrado na vida e que avistou numa noite chuvosa, perto do Restelo. Esta personagem quase que tem parentesco com o Abominável Homem das Neves. E foi assim que surgiu o que denominámos como Poesia de Banco de Jardim, da qual faz também parte o Amolador de Facas, uma personagem nostálgica de infância, e os Trompetistas Melancólicos de Máscara da Baixa-Chiado. Mais personagens surgirão.

Baptizei também definitivamente o sofá das almofadas como o "meu" sítio. Talvez precise de experimentar outros assentos mas aquelas almofadas chamam pelo meu traseiro.



Não podemos deixar de finalizar uma visita a um miradouro sem observar a paisagem. A minha vista preferida de Lisboa continua a ser a da Nossa Senhora do Monte, mas esta também não é nada de se deitar fora.




Pequena nota que pode ser útil: o sítio tem casa-de-banho, está é agregada ao quiosque, quem olha de frente é no lado esquerdo, caso estejam a desesperar já sabem.

Aberto todos os dias das 11:30h ao pôr-do-sol, como diz no menu.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Miradouro de Monte Agudo

Podem encontrar a segunda post sobre este local aqui.



Num pequeno lugar recôndito de Lisboa que mais parece um jardim particular com entrada reservada a pessoas do bairro, encontra-se um segredo capaz de suscitar opiniões diversas.



Este miradouro é diferente dos outros. Pelo seu ambiente, pela sua comida, e pela personalidade do dono do café, que é sem dúvida uma personagem muito suis generis. Este é claramente um quiosque mais underground, com talvez algumas influências indianas, e onde não só se pode beber capilé e groselha como comer petiscos de origem goesa.

A música toca a partir do computador e funciona quase como um mantra. Faz-me lembrar a que ouvia quando ia meditar à Espiral, no Saldanha.

Finalmente, para completar este arranjinho muito zen, há um sofá com almofadas em frente ao balcão, e foi aí que eu e a Sara nos sentámos e onde, mais tarde, ajeitámos as almofadas debaixo da cabeça e ficámos deitadas a olhar para o céu meio coberto pelas árvores enquanto ouvíamos aquela melodia que quase nos deixou cair em sono profundo ou atingir o nirvana. É terapêutico.



Não havia sangria por isso optei pelo capilé (1.30€), mais barato que o do Refresco no Largo Camões mas menos bom, e percebe-se porquê, pela garrafa este tinha aspecto de custar no máximo 3€ (é semelhante à garrafa onde se vende groselha nos supermercados), enquanto as originais são de vidro e sei eu que custam para aí uns 14€. Não interessa, soube-me a mil.



Cães, imensos, ladram de vez em quando quebrando aquela melodia relaxante, mas são normalmente bem comportados. O sítio fica ao pé de uma escola que parece um colégio militar e também ao pé de uns quantos prédios abandonados pelos quais passámos quando íamos a sair. Reparei que um dos prédios tinha um stencil muito interessante e quando ia tirar-lhe uma foto um rapaz que estava por perto avisou-me que havia ali uma senhora velha a viver e que iria cair-nos em cima se visse o que estávamos a fazer. Achei aquele momento deveras insólito, mas agradeci o aviso, tirei a foto na mesma e fui embora esperando que uma velhinha saltasse dos arbustos, mas isso não aconteceu.




Gosto sempre de apreciar todos os tipos de arte urbana que vou encontrando ao longo das minhas caminhadas, acho também especial piada às mensagens escritas a spray nas paredes que mais parecem roupa suja a ser lavada em público. Não são esteticamente bonitas, ao contrário de alguns stencil e graffiti, mas conseguem a proeza de roubar uns sorrisos àqueles que passam, e isso é sempre uma nota positiva.

Aberto das 11:30h ao pôr-do-sol, todos os dias (se não me engano).