quarta-feira, 4 de julho de 2012
Clube Ferroviário
Quem vê fotos deste local fica imediatamente tentado a lá ir. Quem não tem carro e decide averiguar o caminho a percorrer através do google maps pensa duas vezes antes de sair de casa. Quem decide conferir os preços das tostas e das sanduíches just in case pensa três. Quem planeia dar lá um saltinho para beber algo barato é melhor ficar simplesmente pelo bairro.
Há cerca de um ano inaugurei-me no espaço quando vim ver o Real Combo Lisbonense tocar, numa iniciativa patrocinada pela Optimus e que conseguiu reunir ainda algum pessoal cuja idade média claramente ultrapassava a minha. A música estava uma delícia, tínhamos ainda como suplemento a companhia de um trolha que tentava sem sucesso seduzir uma das minhas amigas, clássico.
Regressei lá há pouco tempo com a Carina para um lanche. Quem tem o passe de metro não precisa de se preocupar, basta ir até Santa Apolónia e andar o resto a pé. Como a Carina não tinha, foi uma bela de uma aventura para lá chegar de Carris. Depois de várias escolhas desafortunadas, lá conseguímos dar com aquilo, e eu passei a odiar o autocarro 28.
Este é um espaço que vive mais da noite mas que à tarde consegue ser bastante agradável com os seus bancos de avião e uma rede que quebra a luz directa do sol ao mesmo tempo que deixa no chão um padrão de sombras fotogénicas. Com uma esplanada gigantesca, há um espaço mais virado para consumo de refeições e um para quem quer apenas beber algo e relaxar. Há ainda a mesa de matraquilhos e lembro-me que da primeira vez que lá estive tinham mantinhas para quem tivesse frio.
O problema aqui é claramente o preço, pobres como somos, ficamos meia hora a olhar para o menu. Alturas como estas requerem medidas drásticas: esta é a altura indicada para dividir uma tosta, e mesmo assim não é nada barato sendo que o mais em conta fica a 3€ por meia sanduíche ou um muffin salgado pelo mesmo preço.
Constatando o óbvio: quem costuma cá vir tem algum dinheiro. Quando perguntámos de que tamanho eram as tostas a senhora que nos serviu abriu as palmas das mãos e descreveu um diâmetro hesitante e pouco convincente. Dissemos que era para dividir, e ela respondeu-nos que não eram muito grandes mas davam para dividir e se ficássemos com fome depois pedíamos outra.
Não. Não estou preocupada com a falta de fome e com as gordurinhas extra. Dinheiro!
Depois houve ainda o problema do chamado pão polar que criou uma incógnita nas nossas cabeças e que supostamente não dá para dividir por duas pessoas e por isso tivemos de pedir a sanduíche em pão saloio. Para o preço que paguei, desiludiu um pouco, tinha frango, tomate, alface e mayonnaise e vinha com uma salada de mistura de alfaces e abacaxi. Vou dar a margem da dúvida e dizer que possivelmente o pão polar era um ingrediente crucial.
Se estiverem um pouco mais à vontade monetariamente acho que o que faz sentido é ir lá para uns petiscos. Não sei se o menu online está actualizado, pareceu-me que quando lá fui era diferente do que o que vi no website (a famosa sanduíche de pão polar não aparece), mas sempre podem usá-lo para conferir os futuros eventos que vão haver.
Claro que este sítio não é só esplanada. O Optimus Balls foi numa sala do primeiro andar e o próprio espaço interior tem outro bar e sítios para aconchegar o rabo, incluindo uma mesa com promessas de um jogo de damas ou xadrez. Por isso recomendo a exploração extensa do mesmo.
Talvez tenha sido demasiado dura, gosto imenso do Clube Ferroviário, percebo que o preço da comida inclui vista, conforto e tudo aquilo necessário ao seu funcionamento, que pelo tamanho não deve custar pouco a manter. O trabalho nestes sítios tem sempre muito mais do que aquilo que o cliente apreende numa primeira ida.
Aberto de segunda a quarta das 17h às 2h, quinta e sexta das 16h às 4h, sábados das 12h às 4h e domingos das 12h à meia-noite.
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