quinta-feira, 12 de julho de 2012

Orpheu Caffé

Orpheu, revista vanguardista antiga na qual participavam ilustres figuras como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, entre outros escritores e pintores do início do século XX. A mesma inspirou uma editora, Orfeu Negro, com uns livros que têm capas que apetece comer. Hoje conheci uma outra Orpheu e fiquei muito feliz por o ter feito.




O espaço surpreendeu-me logo à entrada, é impossível não notar naquele papel de parede um pouco kitsch mas que ali assenta que nem uma luva. A luz dos candeeiros chama a atenção sobre as pequenas folhas que pendem de cada um deles: é um pedaço de literatura, honrando a origem de seu nome, Orpheu.

Decidimos ficar numa mesa grande quadradona perto da entrada, espaçosa o suficiente para podermos fazer o nosso estendal de trabalho, três designers precisam de espaço. A Lana Del Rey embaláva-nos com as suas canções anestesiadas que parecem sempre mais pesadas do que o ar que propaga o seu som. Mal sabíamos nós que esta seria a playlist do dia, Lana, sempre, quatro horas de Lana on repeat.






As bebidas aqui vêm em ponto grande, o que significa que o preço não pode ser considerado caro em proporção com o tamanho, nunca aconteceu dividir uma só bebida mas aqui é bem possível. Nomes diferentes chamaram-me a atenção e decidi partilhar uma groselha com limonada e um mazagran (este já conhecia) com o Nuno. Estavam os dois agradáveis, mas para quem tem gosto por coisas mais doces, a groselha ultrapassava a milhas. O melhor mazagran que já bebi foi, ironicamente, preparado por um amigo meu numa altura em que eu nunca tinha provado tal coisa. É incrível como as primeiras experiências nos marcam e nos podem afastar ou aproximar para sempre de um alimento, se o meu primeiro fosse este, não sei se voltaria a experimentar, achei que lhe faltava um pouco de açúcar e um toque a mais de café, mas não me considero suficientemente expert para dar opiniões objectivas. Este é um gosto pessoal.



Quanto à outra bebida, devorei-a. Mais tarde a Margarida pediu um chá frio de laranja (acho eu) e rooibos, cuja minha primeira experiência também foi caricata: o meu primeiro rooibos foi recebido por correio, numa carta que fazia parte da iniciativa Postcrossing. Acabei por prepará-lo em casa mas fiquei desiludida. Foi a mais cara das três e custava 2.50€. Groselha com limonada eleita como clara vencedora.



Quanto à comida, a primeira tosta estava tão boa que quando dei por ela já tinha desaparecido do prato de todos e tinha-me esquecido de a fotografar, tinha pasta de atum, tomate e pepino, e eu que não sou grande apreciadora de pepino não me fez qualquer diferença. Acho que ficou a 5.50€. A outra que comemos, com beringela, queijo de cabra e marmelada estava menos boa, era ligeiramente embuchativa, o Nuno deixou a parte dele porque sabia demasiado ao queijo. Era mais cara e acho que ficou a 6.90€.




Mas tudo isto são críticas menores, o espaço vale totalmente a pena, o atendimento é excelente: quando perguntámos se podiam cortar as tostas em três partes para dividir eles trouxeram logo três pratos já com um pedaço de cada tosta por cima. Um pequeno facilitismo que eles não precisavam de fazer mas que foi muitíssimo apreciado.




O espaço da esplanada pareceu-me também muito agradável mas acabámos por ficar apenas no interior (tomadas, tomadas!). Faz lembrar o Royale Café, uma área ao ar livre mas isolada, um dentro/fora (adoro este tipo de espaços paradoxais).

Outras coisas com bom aspecto: os bolos, os scones, as empadas e os brownies de chocolate que estavam a olhar para nós de dentro das suas redomas de vidro. A ementa de almoço também parecia muito tentadora e tendo em conta o preço das tostas, uma refeição completa acaba por ser mais barata (sopa + mini prato + café por 8€). Há também nesta altura uma opção chamada Menu de Verão (sopa + salada por 6.50€) que podemos escolher. A sopa sozinha é 2.5€.




Entre outras coisas há objectos vintage espalhados pelo café, garrafas antigas, balanças, livros e outros pormenores interessantes ainda por descobrir (mais literatura!).

Aberto de terça a sábado das 11h à meia-noite e domingo das 11h às 20h. Fechado às segundas.

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