sexta-feira, 20 de abril de 2012

Grémio do Carmo (2)

Podem encontrar a primeira post sobre este local aqui.

Estou de volta, sinto que podia passar aqui o dia inteiro, o Grémio é o sítio perfeito, com as pessoas perfeitas: um espaço pequeno mas cheio de vida e personalidade.

Desta vez vim para comer, indecisa entre tantas coisas novas, eu e o Tiago optámos pelo muffin de beterraba (1.50€) que não desiludiu nem um pouco. O "Sr.Grémio" recomendou também o brigadeirão de chocolate ou o bolo de laranja (da mamã), mas tendo em conta a quantidade de bolos de chocolate que tenho comido ultimamente e o fascínio que despertou em mim a palavra "beterraba" tive de escolher estoutros. Comam lentamente, despedaçando o muffin com os dedos e levando à boca, até chegar à parte mais mole, trinquem o vosso caminho pela felicidade adocicada.


O meu spot junto à biblioteca estava ocupado por isso sentámo-nos junto a uma pequena mesinha para ao pé da qual tivemos de puxar mais uma cadeira, curiosa esta peça de mobília: uma cadeira modular, parecia feita de pedaços de cartão grosso tipo puzzle. Da janela para onde estávamos virados conseguíamos ter vista para a "Feira dos Tecidos", loja onde costumo ir comprar materiais para fingir que sei costurar.




Este sítio está repleto de pormenores que vamos reparando pouco a pouco, notei numa espécie de pequeno trenó junto à parede, a palavra Rosebud surgiu-me imediatamente na cabeça. Ainda não vi o Citizen Kane.

Rosebud is the emblem of the security, hope and innocence of childhood, which a man can spend his life seeking to regain. It is the green light at the end of Gatsby's pier; the leopard atop Kilimanjaro, seeking nobody knows what; the bone tossed into the air in 2001.

O Tiago pediu também um galão, frio porque tem a mania que é diferente, tinha óptimo aspecto e custava o mesmo do que o bolo, e eu pedi a minha Little White Lies, que descobri ter sido trazida do estrangeiro, pelo site da revista esta até parece ser bastante barata comparada com outras do mesmo género.




Deixo um conselho, ou uma história, que o Tiago me "deu" para pensar: como matamos nós uma pessoa sem a matar? Como subimos nós ao Evereste sem o subir realmente? Como nos tornamos famosos sem nos tornarmos? Tudo acontece numa outra dimensão: a prosa, a poesia, a pintura, a banda-desenhada, os filmes e até na nossa cabeça, através do pensamento. Podemos concretizar o que queremos de forma fictícia. O que é que isso nos vai trazer? Talvez algum conforto, excepto se for através do pensamento, pelo facto de termos executado um projecto com sucesso. É engraçada esta visão, concluir objectivos de vida de uma forma indirecta.

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